quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Cubana.





A profissão desta cubana é "ser passado".

Faz-se pagar por isso.

De manhã, arranja-se para envergar o passado do seu país: prende algumas flores tradicionais no cabelo, um colar festivo de missangas coloridas e senta-se, bonacheirona, a um canto da rua, com um charuto que me faz lembrar Ibrahim Ferrer no Buena Vista Social Club.

Uma turista mais arisca precipita-se sobre ela, empunhando uma máquina fotográfica.

A cubana repele-a bruscamente. Hoje, em Cuba, há um preço para quem quer registar o tempo ido.

De repente, a artificialidade disto:

 ter que comprar o instante em que alguém me fez lembrar Ibrahim Ferrer.

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Alameda de Tílias