domingo, 1 de novembro de 2009

A casa de uma vida.





Num tempo sem nome

Invocado pela memória

Ergue-se em pedra construída

A casa de uma vida.

Sob seu silêncio de fachada

Habita um instante, uma palavra

E em cada parede, cada chão

Ouve-se o pulsar do coração.

Nos pátios, ressoam gritos

De crianças a brincar

E é contínuo o barulho antigo

De portas a abrir e a fechar.

As paredes em si sustentam

O insustentável peso do passado

Que o tempo há muito tempo consumou

E a saudade nunca deu por consumado


[pintura de Gustav Klimt]

1 comentário:

heltrig disse...

Tanta saudade desses pátios e desses gritos! Minha infância dourada, parece que assitiste...Torre de Moldes, casa de sonho e de sonhos!

Alameda de Tílias