segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Quase de nada místico





Não, não deve ser nada este pulsar

de dentro: só um lento desejo

de dançar. E nem deve ter grande

significado este vapor dourado,



e invisível a olhares alheios:

só um pólen a meio, como de abelha

à espera de voar. E não é com certeza

relevante este brilhante aqui:



poeira de diamante que encontrei

pelo verso e por acaso, poema

muito breve e muito raso,

que (aproveitando) trago para ti.





de Às Vezes o Paraíso



Ana Luísa Amaral

Anos 90 e agora

Uma Antologia da Nova Poesia Portuguesa

edições quasi


Na foto: seated young lady (Egon Schiele)

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Alameda de Tílias