domingo, 13 de dezembro de 2009

Gosto de saber um Inverno lá fora.



Noite de sábado e um frio ártico em Lisboa.

Afasto a imagem da multidão que se acotovela nas ruas do Bairro Alto e volto ao "Chapitô", como voltaria à "Velha- a - Branca", se estivesse em Braga, ou à "Casa do Livro", se parasse no Porto.

Há lugares assim, que o inverno torna indescritivelmente mais bonitos.

No Chapitô, como na Fábrica do Braço de Prata, fascina-me o conceito de "casa". Percorro, encantada, sala após sala, a confluência de música, livros e artes plásticas.

Gosto de jantar rodeada de estantes de livros e candeeiros de ténue luz em mesas de madeira compridas e estreitas. O gira-discos no canto. Os quadros de cores quentes pendurados sobre a copa. E as flores. Como numa casa.

As mesas estão próximas e, ainda que os desconhecidos não se falem, há uma afinidade de olhares que nos imobiliza num estado de quase tertúlia. Como parentes afastados de uma grande família.

Ontem, o Chapitô foi uma casa assim.

À sua luz de circo, somavam-se as luzes de Natal e a vista sobre uma cidade que se vestiu de festa.

Tornava-se impossivel estarmos ali e não nos sentirmos parte daquela celebração sem motivo aparente.

Nunca se regressa verdadeiramente disto,

pois não?


 [imagem retirada do blog olhares.com]





2 comentários:

Me, Myself and I disse...

Parece-me q a Casa do Livro destoa um pouco desse conjunto...ou talvez seja a minha saturação do Porto a falar mais alto :)
Belo jantar.
Melhores se aproximam a passos largos.

Bruna Simões Pereira disse...

eu diria que nunca se regressa verdadeiramente de lado nenhum, deixamos sempre uma parte de nós e trazemos sempre connosco parte do que vivemos.

Alameda de Tílias