sexta-feira, 4 de junho de 2010

A anatomia da perda.

HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH


Fazem-me falta como membros.
E a lembrança é uma falsa prótese da saudade que sinto.
A casa, a rua, as igrejas, os adros, os largos, a procissão, as festas, os aniversários, tomaram uma anatomia de perda que só o tempo pode suportar.
"E suportar é o tempo mais comprido".
É-me difícil a repetição dos nossos rituais: arde-me em silêncio mas vem envolta numa áurea de dever cumprido.
Num tempo em que a minha única religião é essa: cumprir-vos no tempo que vos faltou.



Na imagem: pintura de Egon Schiele.

2 comentários:

Ricardo Mesquita disse...

"Num tempo em que a minha única religião é essa: cumprir-vos no tempo que vos faltou."

Que bonito.

Anónimo disse...

"Num tempo em que a minha única religião é essa: cumprir-vos no tempo que vos faltou."

Lindo!

E vais cumprir, sempre e para sempre!

Alameda de Tílias